Aprendi a andar em Moçambique e a ler em Angola. Viajo com frequência para lá (em especial Angola, com nova viagem para daqui a uns dias). Sou da última geração que sente uma forte pertença àquelas terras (como a Timor, Guiné, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Macau) e outras às quais por onde Portugal andou (talvez por já estar impresso no meu código genético). Sou português mas também cabo-verdiano, angolano, brasileiro, de Malaca, Goa, ou Colombo.
Sim, a relação entre os Governos e os Estados nem sempre é simples – facilmente se torna extremada, bipolar, passando do sempre irmãos à acusação epidérmica de neo-colonista, interesses escondidos ou causa ancestral dos nossos males e vice-versa (como o bestial a besta do futebol). Contudo, o que conta, como com os amigos, são as experiências que vivemos juntos, as lutas que travámos do mesmo lado, as crises que superámos, a História.
Ferreira Fernandes assina no DN, a propósito da celebração dos 40 anos da independência angolana um excelente artigo: Aquele país que ali vai conhecemo-lo mais do que sabemos. Não deixem de ler.
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