Energia e Estado são os principais problemas para a competitividade das empresas da indústria da pedra natural em Portugal.
Em estudos realizados em 2013 e 2014 relativos aos anos anteriores àqueles, os custos com a energia (eletricidade e combustíveis) são escolhidos por mais de 50% das empresas entre os cinco principais problemas na sua atividade.
Logo após os custos energéticos, aparecem fatores determinados por políticas do Estado – taxas e impostos em 2012 em terceiro lugar e burocracia e taxas e impostos em terceiro e quarto lugares, respetivamente.
Quer indiretamente, na formação dos preços da energia, quer diretamente, criando taxas e impostos e uma burocracia paralisante, as políticas do Estado são os maiores obstáculos à atividade das empresas de pedra natural.
O Governo Português acaba de anunciar para 2015 o aumento dos impostos sobre os combustíveis, a fiscalidade “verde”, enfraquecendo a indústria portuguesa e contribuindo para a competitividade (menores custos relativos) de concorrentes internacionais.
Num resultado perversamente contrário ao anunciado como pretendido pelo Governo, a perda de competitividade das empresas nacionais deslocará produção duma economia já com preocupações ambientais para outras com com maior intensidade de carbono na sua produção. Dum ponto de vista global, que é o relevante no caso dos níveis de dióxido de carbono, esta fiscalidade “verde” resultará num acréscimo do efeito de estufa.
A indústria da pedra natural é uma das principais exportadoras da economia nacional, sendo fortemente competitiva a nível internacional. De acordo com estudo realizado em 2012 pela Sínese, Portugal é o principal exportador mundial per capita de pedra natural. Até quando?
Os estudos de competitividade em que se baseiam estas conclusões foram realizados conjuntamente pela Sínese e ASSIMAGRA nos primeiros semestres de 2013 e 2014. As opiniões dos empresários foram recolhidas através de inquéritos online dirigidos aos associados da ASSIMAGRA. Os valores obtidos resultam de 44 respostas válidas para 2012 e 31 para 2013.
Este artigo foi escrito por Luís Chambel. As opiniões nele contidas são da sua responsabilidade.
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